E foi o Oulipo que passou pelo Rio

Há apenas duas semanas, encerramos o evento Oulipo + Oplepo + Oblipo, um grande exercício de integração interartes e espacial na cidade do Rio de Janeiro.

Desde nosso passeio de bicicleta no Leblon (que desembocou na livraria da Travessa/Ipanema) ao último dia, celebrado em uma grande mesa, na Lapa, o diálogo entre público e escritores se manteve tão fácil e direto que criou-se, desde cedo, uma atmosfera íntima em nossos encontros.

A agradável abertura no Teatro R. Magalhães da Academia Brasileira de Letras, foi iniciada pelo ilustríssimo Professor João Camillo Penna, mestre de cerimônia, e coordenada pelo imortal Domício Proença Filho, representando a Academia e os escritores brasileiros.

Primeiramente, o cônsul italiano Umberto Malnati tomou a palavra, seguido pelo chefe do Escritório do Livro francês, Jérémie Desjardins. Ambos destacaram os laços ligando esses três países, essas três línguas: francês, italiano, português.

Logo em seguida, os italianos Raffaele Aragona, Brunella Eruli, Paolo Albani e Elena Addominè apresentaram o histórico e trabalhos do OpLePo.

Aragona, aliás, leu um texto preparado pelo poeta e presidente do Oplepo Edoardo Sanguineti, uma homenagem para o Oblipo.

Após os italianos, foi a vez dos franceses Jacques Roubaud, Marcel Bénabou, Jacques Jouet e Hervé Le Tellier, celebrando os cinquenta anos do Oulipo.

O terceiro momento foi o de intervenções do público, e uma animada discussão se seguiu.

Comemoramos no Centro de Cultura da Academia, onde o Consulado francês nos oferecia um coquetel, diante dos quadrinhos da exposição Oubapo.

A exposição, realizada pela Academia Brasileira de Letras e patrocinada pelo Consulado francês, reuniu o trabalho dos desenhistas Alex Vieira, Allan Sieber, André Dahmer, Andrei Duarte, Arnaldo Branco, Caio Gomez, Chiquinha, Daniel Lafayette, Eduardo Arruda, Fábio Lyra, Fábio Zimbres, Gregorio Marangoni, Igor Machado, Laerte Coutinho, Leonardo, Leonardo Pascoal, LTG, Pablo Mayer, Rafael Polon, Rafael Sica, Stêvz, Tiago Lacerda. Sob curadoria do próprio Lacerda e Maria Clara Carneiro.

As obras, aliás, estarão expostas em livrarias da Travessa, em breve.

Vários momentos remarcáveis se seguiram, as duas apresentações dirigidas por Alessandra Vannucci com o ator Júlio Adrião foram sucesso de público.

As oficinas de escrita encantaram todos os participantes. Tanto os alunos das escolas de ensino Médio (o Lycée Molière, a escola municipal Georg Pfisterer e o CAP da UFRJ) quanto aos da UFRJ.  Em breve, esperamos, publicaremos os trabalhos que os participantes nos enviarão.

Na UFRJ, uma primeira sessão oplepiana, aberta pelo professor Andrea Lombardi, na quarta-feira, encheu o auditório do G1 na Faculdade de Letras. No dia seguinte, esses mesmos alunos voltaram a se reunir no Salão Nobre da Decania. O professor Dau Bastos apresentou o oulipo (ver texto aqui) e as oficinas, apresentadas por todos os escritores, tiveram a coordenação e tradução dos professores Andrea Lombardi e Ana Alencar.

O encerramento teve direito a encenação musical, mesa redonda (com Hervé Le Tellier e Jacques Jouet) e com a peça de teatro de Jouet, cujo texto tinha infinitas possibilidades combinatórias.  Infelizmente, nesse dia, o escritor Marcel Bénabou encontrava-se hospitalizado. Foi obrigado a permanecer ainda dez dias no Brasil. Felizmente, o autor já se encontra em Paris, onde participa, exatamente hoje, de uma sessão oulipiana no Louvre, junto a seus oulipotes.

Aguardamos a possibilidade de um novo encontro e que esse evento inspire novos trabalhos, novos eventos.

Agradecemos ao carinho dos escritores e do público, ambos os grandes responsáveis por esse belo encontro.

Convocamos a vocês a se manifestarem com trabalhos e testemunhos.

Um grande abraço,

Maria Clara Carneiro

 

5 comentários

  1. Se eu não estivesse tão carregado com as coisas do mestrado COM CERTEZA eu estaria aí dando uma vista… quem sabe a gente aqui no Recife não possa fazer algo semelhante em breve?
    Abraços Clara e tudo de bom pra vocês!

  2. Que delícias, todas essas novidades! Gostaria muito de ter estado aí com vocês, mas chegará o dia, espero.
    Parabéns pela organização, deve ter sido uma barra, mas bem compensador.
    Abraços a todos daqui de Olinda, Pernambuco.
    Adilson, do futuro ALiPo (Ateliê de Arte e Literatura Potencial).

Deixar mensagem para Álisson da Hora Cancelar resposta